Antes de me converter, entendia a questão do perdoar alguém como um simples pedido de desculpas, algo que era importante, mas que possuía um caráter muito mais simbólico do que verdadeiro e prático na essência.
Porém, com o tempo, com a leitura da Palavra e o entendimento adquirido a partir de estudos e acompanhamento de cultos sobre o tema, enfim percebi que o perdoar alguém é nada mais é que a libertação, não apenas para o que foi perdoado, mas, principalmente, ao que o liberou.
O liberar perdão, normalmente está relacionado a temas que envolvem dívidas, mágoa, ressentimento. Não é fácil. Mas, devemos seguir o exemplo dado pelo próprio Deus, que perdoou nossos pecados e nos livrou da condenação à morte de cruz, pela graça e misericórdia dEle, que colocou Jesus, seu Filho unigênito, em nosso lugar.
Quando liberar perdão, você ficará livre da mágoa, do ressentimento, não ficará mais escravo deles, ao ponto de causar uma autodestruição ao alimentá-los e fortificá-los em seu coração.
Lembre-se, temos de ser imitadores de Cristo, não opositores ao evangelho que Ele anuncia. O significado de evangelho é boas-novas e assim deve ser tratado: como algo benéfico, que consola e dá vida ao nosso coração, que pulsa em amor por Deus e àqueles que estão à nossa volta e carece do conhecimento da verdade que é a Palavra.
Somos pecadores, falhos, sujeitos a erros que devemos perdoar e ser perdoados por outros como nós. Como bem sabemos: "não há justo, nem um sequer". Esta, por sinal, é uma das tantas verdades, que a Bíblia destaca em Romanos 3-10. O único que pode ser considerado justo é o nosso Deus: "Justo és tu, Senhor, e retos são os teus juízos" (Salmos 119-137).
É exatamente por isso, nobre leitor, que, caso viermos a pecar, temos um Advogado que nos defende com autoridade, como podemos verificar em 1João 2-1: "Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Mas, se alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo".
Hoje pela manhã, ao acompanhar o vídeo da Escola Bíblica Dominical (EBD) da Lagoinha, em Belo Horizonte, ministrada pela pastora Mel Barbosa, pude refletir sobre a passagem em destaque. Ela fez com que eu imaginasse o Tribunal, com Deus como o soberano Juiz, Jesus como Advogado e Satanás como o Promotor (acusador).
Jesus, nesse cenário, intervém por nós dizendo algo como: "Pai, sei que ele errou, que o pecado cometido não pode passar impune, mas ele se arrependeu verdadeiramente, por isso, clamo a ti, para que se lembre daquele dia que morri na cruz pelos pecados da humanidade, e o perdoe". Somente a partir disto, dessa defesa, é que recebemos o perdão de Deus.
Alerta vermelho: note que a "defesa" feita por Cristo não anula as consequências do nosso pecado. Teremos de arcar com elas. Pecar, apenas para esclarecer, não se trata simplesmente de fazer algo errado, mas, sim, algo que desagrade a Deus. Moisés pecou e não pode entrar na terra prometida; Davi pecou e enfrentou sérios problemas familiares. Não há escapatória.
Outra: arrependimento, em verdade, é parte essencial nisso. Você pecar, dizer que se arrependeu, e voltar a pecar, é o mesmo que zombar de Deus. Por isso, o real arrependimento é aquele em que o sujeito reconhece o erro, pede perdão por o ter cometido e não o prática mais.
A defesa do Advogado a que o Apóstolo João faz referência não é para aquele pecador assíduo e frequente, mas àquele que conhece a Palavra, é imitador de Cristo e, por um acidente, pecou.
Mais um ponto importante: como foi destacado acima, se fomos perdoados por Deus, devemos perdoar os que pecam e erram conosco também. Logo, não podemos agir como na parábola do servo que não queria perdoar (Mateus 18 21-35).
A razão disso é explicada pelo próprio Jesus em Mateus 6 14-15: "Porque, se perdoarem aos outros as ofensas deles, também o Pai de vocês, que está no céu, perdoará vocês; se, porém, não perdoarem aos outros as ofensas deles, também o Pai de vocês não perdoará as ofensas de vocês".
Jesus te abençoe!
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