Quando as perguntas são respostas

 


O professor de inglês, Kenny Pires Mendes, nascido no Canadá, naturalizado brasileiro, explica em suas aulas que a pergunta, no português, pode ser feita a partir de uma entonação diferente e que ela não passa de uma afirmativa com ponto de interrogação no final.

Absolutamente correto!

Esse tipo de situação, como não podia ser diferente, acontece em muitas das passagens bíblicas.

Para exemplificar e deixar mais claro, vamos começar pelo mais clássico e conhecido.

Em Mateus 27-11, Jesus é interrogando por Pilatos: "Você é o rei dia judeus?" A resposta do nosso Senhor: "O senhor está dizendo isso".

Repare: ao tirarmos a interrogação, damos de cara com a afirmativa: Você é o rei dos judeus.

Logo, com este primeiro exemplo, moramos que o nosso Deus é, também, um hábil conhecedor da Língua Portuguesa, quiçá um Mestre na essência.

O outro exemplo que trago a você, é eferente ao período da criação, numa conversa entre Deus e Adão, após pecar, ao comer do fruto proibido, da árvore do conhecimento do bem e do mal.

Em Gênesis 3 11-12, está escrito: "Deus perguntou: Quem lhe disse que você estava nu? Você comeu da árvore da qual ordenei que não comesse? Então o homem disse: A mulher que me deste para estar comigo, ela me deu da árvore, e eu comi."

Antes de esmiuçar com profundidade o referido trecho, basta lembrar que Deus sabe de todas as coisas, antes até delas acontecerem e existirem. A prova está no Salmo 139-4, de Davi, que diz: "A palavra ainda nem chegou à minha língua, e tu, Senhor, já a conheces toda."

De volta à conversa com Adão, a primeira pergunta foi literalmente uma interrogativa legítima, de ofício. Já a segunda, foi idêntica à situação vivida por Jesus e Pilatos. Deus questiona, já com a resposta: Você comeu da árvore da qual ordenei que não comesse.

A diferença, aqui, no entanto, foi que Adão não recorreu ao "o senhor está dizendo isso", de Jesus, para acusar a mulher, sua companheira e auxiliadora.

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