Convido o leitor deste Guerreiro da Notícia a raciocinar e se imaginar na seguinte situação: você faz parte de um povo idólatra, que cultua muitos deuses. De repente, uma voz, que você nunca ouviu antes, ordena que abandone essas terras, a casa de seu pai, e vá para um outro território, que você não sabe exatamente qual, com a promessa de ser uma grande Nação.
Antes de responder, atente para o fato que, em Gênesis 12 1-3, o Senhor não deu nenhuma explicação detalhada a Abrão, se ele, ao chegar no local indicado, encontraria uma casa já pronta para abrigar sua esposa, servos que o ajudasse com o rebanho e, também, se ele, Abrão, teria como se adaptar por lá, aos 75 anos de idade.
E aí?
Encararia esse desafio?
Ao chegar em Canaã, o Senhor faz a seguinte promessa a Abrão: "[...] Erga os olhos e olhe de onde você está para o norte, para o sul, para o leste e para o oeste; porque toda essa terra que você está vendo, eu a darei a você e à sua descendência, para sempre. Farei a sua descendência como o pó da terra, de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, então será possível também contar os seus descendentes" (Gênesis 13:14-16).
A promessa logo se tornou em aliança, que é toda explicada e apresentada em Gênesis 15, depois do Senhor pedir para Abrão contar as estrelas no céu, numa das passagens mais lindas das Escrituras.
O grau de intimidade entre Abrão e o Senhor só aumentava com o passar do tempo, ao ponto do Todo Poderoso considerá-lo um amigo, como é possível evidenciar em Isaías 41-8 e em Tiago 2-23.
Um dos trechos correspondentes à Aliança Abraâmica (que terá uma postagem especial logo em breve), é que "aquele que será gerado por você [Abrão], esse será o seu herdeiro." (Gênesis 15:4). Ou seja: foi prometido um filho.
Com o passar dos anos, e a esterilidade de Sarai, sua esposa, Abrão não tinha o filho prometido por Deus. A mulher, então, diz ao marido para ter relações com a serva dela, Ágar, que dá origem a Ismael, que, apesar de não fazer parte da Promessa, também é protegido por Deus.
Isaque, o filho da Promessa, nasce do relacionamento de Abrão - que passa a se chamar Abraão -, com sua esposa Sarai - agora chamada Sara, como o destacado em Gênesis 17 15-22, que estavam, respectivamente, com 99 e 90 anos de idade.
Com o nascimento de Isaque (Gênesis 21 1-3), o Senhor põe à prova a fidelidade de Abraão: "[...] Pegue o seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá à terra de Moriá. Ali, ofereça-o em holocausto, sobre um dos montes, que eu lhe mostrar" (Gênesis 22:2).
A pergunta que não quer calar: Você seria capaz?
Abraão foi obediente a Deus e levou Isaque ao local indicado para o sacrifício, mesmo o amando muito.
Quando tudo já estava pronto, o Anjo do Senhor o chamou: "Abraão! Abraão! [...] Não estenda a mão sobre o menino e não faça nada a ele, pois agora sei que você teme a Deus, porque não me negou o seu filho, o seu único filho. Abraão ergueu os olhos e viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos. Abraão pegou o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho" (Gênesis 22:11-13).
O Anjo do Senhor disse ainda: "Porque você fez isso e não me negou o seu filho, o seu único filho, juro por mim mesmo, diz o Senhor , que certamente o abençoarei e multiplicarei a sua descendência como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar. Sua descendência tomará posse das cidades dos seus inimigos. Na sua descendência serão benditas todas as nações da terra, porque você obedeceu à minha voz" (Gênesis 22:16-18).
No lugar de Abraão, ao ouvir isso tudo, eu certamente ia cair num choro sem fim, num misto de alívio e alegria.
Porém, veja o que o Pai da Fé, aquele que é amigo de Deus fez: "Então Abraão voltou para onde estavam os seus servos, e, juntos, foram para Berseba, onde fixou residência" (Gênesis 22:19).
Uau!!!
Antes de encerrar este texto, deixo uma entre tantas reflexões: Você já parou para pensar que o único humano que se aproximou de fazer o que Deus fez foi Abraão? Deus mandou seu único filho, Jesus, o Cristo, para morrer em nosso lugar por nossos pecados. Abraão não mandou Isaque ao sacrifício, mas quase o sacrificou por amor a Deus. O carneiro que salvou Isaque foi o aviso de que, mais adiante, Deus enviaria o Salvador, não somente de Isaque, mas da humanidade.
Que o Senhor de Abraão, Isaque e Jacó o abençoe!
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