"Desejo misericórdia, não sacrifícios"

 



Há um versículo da Bíblia que parece ecoar do Antigo Testamento para o Novo, mas com uma finalidade diferente.

Note, amado leitor, que em Oseias 6:6, no Antigo Testamento, a questão que envolve sacrifício e misericórdia está relacionada ao desejo, enquanto que em Mateus 9:13 (NT) já aparece como uma ordem:

"Pois desejo misericórdia e não sacrifícios; conhecimento de Deus em vez de holocaustos" (Oseias 6:6).

"Vão aprender o que significa isto: 'Desejo misericórdia, não sacrifícios'. Pois eu não vim chamar justos, mas pecadores'" (Mateus 9:13).

Pois bem! Se ocorre uma transição de desejo para uma ordem, e de aprendizado, é sinal que o fato em si já existe. Ou seja: não há mais razão para que sejam feitos os sacrifícios, porém, há uma necessidade muito grande de misericórdia.

Você que acompanha este Guerreiro da Notícia, certamente já sabe que na parábola do Bom Samaritano Jesus orienta o mestre da Lei a fazer o mesmo que o samaritano e ter misericórdia do seu próximo.

Mas, afinal, o que significa tudo isso?

Simples! Vou explicar!

Sabemos que o Velho Testamento aponta para Jesus. O sacrifício feito no tabernáculo, com cordeiros perfeitos, sem mácula, para o perdão de pecados ou como uma oferta agradável a Deus, por exemplo, era o anúncio de que Jesus viria para nos livrar do pecado cometido por Adão e Eva, que contaminou toda a espécie humana.

Com a chegada de Jesus e a divulgação, propagação do Evangelho, feira pelo próprio Cristo e seus Apóstolos, percebemos que os valores de Deus são opostos aos que o mundo apresenta.

A cruz de Cristo é o sacrifício supremo e perfeito. Não há mais razão para que esta prática permaneça, uma vez que o próprio Deus veio ao mundo como homem, para nos livrar da condenação eterna e nos reaproximar dEle.

A misericórdia é apenas uma das muitas atitudes que Deus teve conosco, a partir de Cristo, por intermédio da graça, e, por isso, precisamos seguir o exemplo com aqueles que estão a nossa volta.

Para ser mais específico: misericórdia é o mesmo que reconhecer nossa total dependência de Deus; que, sem Ele, nada somos e podemos. É saber que devemos ser obedientes a Ele, ao desprezar o mundo, e tudo o que ele nos oferece, para cumprir o que é determinado pelo Evangelho. É se alimentar dos frutos do espírito para desenvolver seus dons com a finalidade e o propósito certo. É compreender que não vivemos mais segundo a Lei de Moisés, mas pela graça, que nos revela o amor de Cristo. O mesmo amor que devemos ter pelo nosso Deus e ao nosso próximo!

Não estamos livres de responsabilidades. Temos uma missão a cumprir aqui. Cada qual tem a sua. Se não a realizarmos, seremos cobrados no último dia!

O grande problema é que em muitas das vezes temos o péssimo hábito de comparar o cumprir de um propósito de Deus com os exemplos que vemos no dia a dia, nos noticiários. Deus não é carrasco, vingativo, rancoroso. Ele é amor! E é nesse amor que devemos viver e crer. E é a partir dele que a misericórdia é executada com excelência!

Sem amor, o de verdade, aquele que é dado por Deus, pela graça, sem que mereçamos, não há misericórdia, nem compaixão, muito menos perdão. Não há nada!

Quando, mais acima escrevi que não seguimos mais a Lei de Moisés, não disse que ela foi anulada. Ao contrário! Jesus a cumpriu e nós também a cumprimos ao seguir o exemplo dEle. Mas, ao invés de olho por olho e dente por dente, optamos pelo amor, uma vez que, a partir dele, cumprimos toda a Lei.

Jesus o abençoe!

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