Escrevi, certa vez, neste Guerreiro da Notícia, que Jesus é a quebra total de paradigmas. E, de fato, Ele é.
Jesus veio ao mundo, não apenas para nos salvar do pecado, iniciado com Adão e Eva, mas, para também nos ensinar a Palavra de Deus e acabar de uma vez com alguns dos hábitos que foram intitulados como tradicionais à época, mas que, na verdade, só nos afastavam de Deus e de seus mandamentos.
Certa vez, um mestre da Lei o questionou sobre o que fazer para herdar a vida eterna. Por se tratar de um suposto especialista do tema, Jesus devolveu a pergunta a ele, para saber se ele sabia, realmente, o que está escrito e qual a interpretação que ele tinha a respeito.
"Ele respondeu: 'Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento’ e ‘Ame o seu próximo como a si mesmo'. Disse Jesus: 'Você respondeu corretamente. Faça isso e viverá'. Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: 'E quem é o meu próximo?' (Lucas 10:27-29).
A resposta de Jesus ao novo questionamento foi a Parábola do bom samaritano. Antes de a detalhar, vale ressaltar que Jesus ensinou a Palavra ao povo judeu e que o tal especialista era judeu. Citar, portanto, um samaritano como bom exemplo, era algo que causava um enorme desconforto, tendo em vista o preconceito e a dificuldade no relacionamento que existia à época, até por ideais religiosos.
Vamos à Parábola:
"Em resposta, disse Jesus: 'Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto. Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado. E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado. Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele'.
'Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e lhe disse: ‘Cuide dele. Quando eu voltar, pagarei todas as despesas que você tiver'"(Lucas 10:30-35).
Note, o nobre leitor, que, para ficar ainda mais emocionante e difícil para o especialista da Lei engolir o exemplo dado por Jesus, Ele cita duas das maiores referências judaicas (o sacerdote e o levita) como aqueles que viram a situação, mas a rejeitou. Passaram longe, para não serem percebidos.
Jesus prosseguiu: 'Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?' 'Aquele que teve misericórdia dele', respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: 'Vá e faça o mesmo'" (Lucas 10:36-37).
O dicionário caracteriza a misericórdia como um sentimento, fato que discordo. Eu a vejo, sinceramente, como uma atitude que é baseada em um sentimento que pode ou não existir, de acordo com a inclinação do coração de cada pessoa, que expõe seus conceitos, vivências e experiências a partir dela.
E aí que mora o perigo: se o sujeito estiver voltando para as coisas que o mundo oferece e se deixar pelo comportamento da maioria, não haverá misericórdia. Agora, se este se voltar para as coisas de Deus, haverá.
Percebeu?
Trata-se de uma atitude e que está automaticamente ligada ao nosso caráter, ao fato de quem realmente somos!
Na Bíblia não é contextualizada a reação do mestre da Lei ao ser orientado por Jesus a fazer o mesmo. Mas, acredito que, dada às circunstâncias já apresentadas, ele deve ter engolido seco e saído dali com certa sutileza.
Quanto a nós, que temos a missão de imitar Jesus e ser o reflexo dEle neste mundo, devemos ficar atentos, ao ponto de exercitar e praticar cada vez mais a misericórdia com todos, independente de questões políticas, ideológicas ou religiosas.
Jesus o abençoe!
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