Feridas que nos fazem brilhar como pérolas

 


A entrada de uma substância indesejável, como um parasita (molusco) ou um simples grão de areia na parte interna da ostra é o que permite o surgimento das pérolas.

O parasita ou o grão de areia causa dor na ostra, que se defende e, ao tentar expulsar esse corpo estranho, ativa, na parte interna de sua concha, uma substância lustrosa chamada nácar, ou madrepérola (para os íntimos), que se trata de um componente duro e rico em calcário.

O processo de constituição de um crente, um seguidor de Jesus, não é muito diferente disso. Em Jeremias 18, entre os versículos de 1 a 10, por exemplo, o Senhor deixa claro ao profeta que somos como o barro nas mãos dEle, no momento em que Ele faz um vaso. Ele é o oleiro, o criador, aquele que vai definir e ter a palavra final quanto ao formato, o tamanho e o uso, a finalidade daquele material.

Há momentos, em nossa caminhada com Jesus, que o oleiro nos quebra, para ajustar pontos que precisam ser melhorados, vividos e vistos de uma outra forma, em um ângulo diferenciado, mas coerente ao que é escrito e dito através da Palavra.

A metanoia, chamada mudança de vida, ocorre durante essas etapas de quebra e reforma do vaso, segundo a vontade do próprio Deus, na qual nos desfazemos de antigos hábitos que não nos fazem bem e não causam benefício algum aos demais, como a arrogância, a prepotência, o orgulho, a idolatria, a pornografia dentre outras práticas mundanas.

Assim como o grão de areia causa dor à ostra, esse remodelar de Deus também pode nos fazer sofrer e sentir dor, uma vez que temos de dizer não a tudo aquilo que víamos como certo e, na verdade, não é.

É o instante em que realizamos uma criteriosa análise de tudo o que já vivemos e tivemos de enfrentar, para guardar e aperfeiçoar o que de fato é importante e agrada ao Senhor e aquilo que devemos jogar na lata do lixo, para nunca mais usar, ter contato.

A madrepérola, que funciona como uma espécie de casco, uma proteção, é formada em nós justamente nesse repaginar santo, ao olhar e caminhar com Cristo e desprezar o mundo e suas falsas promessas, com a certeza que as nossas lágrimas serão todas enxugadas por aquele que nos criou, ama e formatou!

Há um louvor que aprecio muito, chamado "Ostras feridas", cantado pelo Pastor Lucas, que retrata, e muito bem, esse processo ao qual passamos: de dor, sofrimento, mas que nos restaura, nos edifica, nos limpa de todas as imundícias, para, no final, brilhar como a pérola, que é o retrato puro e cristalino da glória de Deus e de sua Palavra.

Pra você, "Ostras feridas"...

Que o nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo, o abençoe neste dia!

Amém!

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