Judas


 

É público e notório o fato de Jesus ser eterno, ter sido peça fundamental para a criação de todas as coisas e que Ele verdadeiramente é Deus, que veio ao mundo como homem, para nos livrar da condenação à morte eterna em razão do pecado, originalmente cometido por Adão e Eva.

Não é segredo, também, o fato de que o nosso Senhor e Salvador é conhecedor de todas as coisas que aconteceram, acontecem e as que vão acontecer. 

Dois exemplos claros disso, e dos quais gosto muito, são quando Jesus está prestes à realizar sua entrada triunfal em Jerusalém e orienta dois de seus discípulos para buscarem um jumentinho, que nunca foi montado, na casa de um homem e quando Ele pede que os Apóstolos sigam um homem que vai à casa na qual será celebrada a última Santa Ceia, antes da prisão e crucificação de Cristo.

Em ambas as situações, que podemos encontrar, respectivamente, no evangelho de Lucas (19:28-35 e 22:7-13), Jesus descreve os acontecimentos com riquezas de detalhes, o que mostra que Ele verdadeiramente é o dono de todo o saber.

Feita a introdução, vamos ao questionamento em si: Se Jesus é o dono de todo saber, de todas as coisas, como a Palavra de Deus anuncia e prova, porque Ele escolheu para um de seus Apóstolos alguém como Judas Iscariotes?

Judas, aquele que traiu Jesus por 30 moedas de prata e era ladrão, era, simplesmente, o administrador dos recursos, das finanças que supriam as necessidades de Jesus e de seus seguidores. Era o tesoureiro do grupo.

Alguém pode perguntar: Como Jesus, sendo Deus, pode se deixar enganar assim?

A resposta?

Ele não se enganou!

Ele fez por Judas o que, hoje, Ele faz por nós!

Ou será que alguém esqueceu que somos, também, pecadores?

Está escrito: "Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento" (Lucas 5:32).

Ou seja: podemos concluir que Jesus reuniu um pequeno grupo de pecadores, para ensinar a Palavra de Deus e, mais à frente, distribuí-los pelo mundo para fazer com que o povo judeu e outras Nações conhecessem a verdade.

Judas, portanto, foi um desses que proclamou a verdade de Cristo. Não há nada na Bíblia que fale que ele, nesse momento, agiu de má fé, como um falso profeta.

O importante a ser notado aqui é que, como está escrito em Romanos 2:11, "Deus não trata as pessoas com parcialidade". Deste modo, todos tiveram acesso, conheceram e conviveram com a verdade.

Mas, como Deus não quer um exército de robôs que faça e fale as mesmas coisas sempre, e existe o livre arbítrio, que nos permite trilhar pelo caminho que quisermos e achar melhor, mais atraente, com Judas não foi diferente.

Ele optou em se aliar aos que queriam prender e matar Jesus, ele foi ladrão, traidor.

E sabe o que Jesus fez com ele por tudo isso?

Rigorosamente nada!

Ele poderia perdoar Judas, caso este viesse só seu encontro e pedisse. Mas como Judas não pediu, nem isso Jesus pode fazer por ele.

O livre arbítrio é ótimo, nos dá uma sensação de liberdade, de autonomia, porém, há a chamada consequência, que pode ser boa ou ruim, conforme o ato realizado.

No caso de Judas, a consequência foi de remorso (Mateus 27:3), que o fez se matar por estrangulamento.

Já no caso de Pedro, que negou Jesus por três vezes e chorou amargamente (Lucas 22:54-62), arrependido por seu ato, foi perdoado, restaurado por Cristo.

Que todos nós não joguemos fora a oportunidade que temos de aprender, conhecer e viver a verdade da Palavra de Deus, refletida em Cristo Jesus!

Amém!

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