Julgar não é condenar

 


"Portanto, você, que julga os outros é indesculpável; pois está condenando você mesmo naquilo em que julga, visto que você, que julga, pratica as mesmas coisas. Sabemos que o juízo de Deus contra os que praticam tais coisas é conforme a verdade. Assim, quando você, um simples homem, os julga, mas pratica as mesmas coisas, pensa que escapará do juízo de Deus?" (Romanos 2:1‭-‬3).

Chega a ser "engraçado", mas é muito verdadeiro ao mesmo tempo: nós comentamos e falamos com propriedade somente sobre aquilo que conhecemos.  

Vamos a um exemplo prático, apenas para contextualizar: Se você gosta de futebol, acompanha os jogos, as coletivas, treinos, sabe como estão as negociaçôes, transferências de jogadores de um clube para outro, você pode desenvolver um bom texto sobre o assunto, conversar sobre o tema com um amigo ou um desconhecido, uma vez que entende do assunto. Essa argumentação poderá ser boa ou ruim, de acordo com os elementos, os fatos destacados e as fontes de informação que você consultou.

O mesmo acontece conosco quando realizamos um julgamento. Ao exercer essa função, mostramos que somos entendedores do assunto, tanto para o bem, quanto para o mal.

Em Romanos 2:1-3, o Apóstolo Paulo nos alerta para não agirmos de forma injusta, de modo a condenar os outros por atos que também praticamos e somos especialistas. Portanto, cuidado ao taxar alguém de arrogante, prepotente, insuportável, ou coisa do gênero.

Há, porém, um outro lado. O julgamento feito com justiça é verdade, anunciado e praticado por Jesus Cristo, estampado nos Evangelhos e cartas do Novo Testamento, como, por exemplo, em 1Pedro 4:17-19, que diz:

"Pois chegou a hora de começar o julgamento pela casa de Deus; e, se começa primeiro conosco, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? E, 'se ao justo é difícil ser salvo, que será do ímpio e pecador?' Por isso mesmo, aqueles que sofrem de acordo com a vontade de Deus devem confiar sua vida ao seu fiel Criador e praticar o bem".

Note, nobre leitor, que, ao mesmo tempo em que o Apóstolo Pedro comenta que o julgamento tem início pela Casa de Seus, a Igreja do Senhor e, portanto, por aqueles que creem em Jesus, há também um apelo à misericórdia, uma preocupação sobre o que acontecerá com o ímpio (o descrente).

Enquanto Jesus não volta e estamos todos no mundo, nossa missão é a de proclamar, divulgar o evangelho em todos os lugares em que formos e estivermos, para que aqueles que não conhecem a verdade da cruz compreendam e sigam os passos do nosso Deus e Salvador.

Não à toa, está escrito: "Erga a voz e julgue com justiça; defenda os direitos dos pobres e dos necessitados" (Provérbios 31:9).

"Pois é da vontade de Deus que, praticando o bem, vocês silenciem a ignorância dos insensatos. Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus. Tratem a todos com o devido respeito: amem os irmãos, temam a Deus e honrem o rei".

"Escravos, sujeitem-se a seus senhores com todo o respeito, não apenas aos bons e amáveis, mas também aos maus. Porque é louvável que, por motivo de sua consciência para com Deus, alguém suporte aflições sofrendo injustamente. Pois que vantagem há em suportar açoites recebidos por terem cometido o mal?"  

"Mas, se vocês suportam o sofrimento por terem feito o bem, isso é louvável diante de Deus. Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando exemplo, para que sigam os seus passos". 

"'Ele não cometeu pecado algum, e nenhum engano foi encontrado em sua boca'. Quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça. Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados". 

"Pois vocês eram como ovelhas desgarradas, mas agora se converteram ao Pastor e Bispo de suas almas" (1Pedro 2:15‭-‬25).

Ou seja: se Jesus morreu pelos nossos pecados e não éramos merecedores de nada, se temos a missão de imitar a Cristo, devemos julgar, sim, mas com amor, misericórdia e dando a oportunidade de conhecimento da Palavra aos que não a conhece.

Justo não é somente o que age com justiça, mas aquele que é justificado (reabilitado) por Cristo.

Todos, sem exceção, tem direito à essa oportunidade!

Jesus te abençoe!

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