Temos de ter um cuidado todo especial ao interpretamos o verdadeiro sentido das Escrituras, uma vez que uma mesma palavra pode ser inserida em contextos totalmente diversificados.
Para ilustrar, vou pegar como exemplo o que ocorre acerca do termo sacrifício.
Veja como está escrito em Hebreus 13:16 - "E não se esqueçam de fazer o bem e de repartir o que têm com os necessitados, pois esses são os sacrifícios que agradam a Deus".
Sacrifício, como bem sabemos, é abdicar, abrir mão de algo que é importante. No versículo acima ele também possui um significado de compartilhar aquilo que nos agrada com o nosso próximo.
Neste contexto, podemos abrir mão de um dinheiro que muito precisamos, para ajudar quem nada tem; podemos deixar de comer algo que muito gostamos para que outro coma; ou simplesmente dedicar o nosso tempo a quem precisa de ajuda, atenção, ainda que nossa agenda esteja repleta de afazeres.
Já em Mateus 9:13, o sentido é outro. Jesus orienta: "'Vão aprender o que significa isto: 'Desejo misericórdia, não sacrifícios'. Pois eu não vim chamar justos, mas pecadores'".
O sacrifício em questão, neste caso, é a respeito da lembrança do ato que era praticado pelos sacerdotes, que, desde os tempos de Moisés, matavam cordeiros e bodes para remir os pecados do povo de Israel.
Com a morte de Jesus, o cordeiro perfeito e sem mácula, não é mais necessário o derramar de sangue, seja de humanos ou de animais. Jesus assumiu a nossa culpa e se fez pecado, para que fossemos salvos e libertos das trevas.
O próprio Deus, por intermédio do Espírito Santo explica aquilo que também está escrito: "'Esta é a nova aliança que farei com meu povo depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei minhas leis em seu coração e as escreverei em sua mente'. E acrescenta: 'E nunca mais me lembrarei de seus pecados e seus atos de desobediência'. Onde os pecados foram perdoados, já não há necessidade de oferecer mais sacrifícios" (Hebreus 10:16-18).
O sacrifício que é aceitável nos dias de hoje, portanto, não é o que é realizado por intermédio da morte, da perda, mas do amor, da misericórdia e do cuidado com o seu próximo, assim como na parábola do bom samaritano, contada em Lucas 10:25-37, que termina com o seguinte questionamento e orientação de Jesus a um fariseu:
"'Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?' 'Aquele que teve misericórdia dele', respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: 'Vá e faça o mesmo'" (Lucas 10:36-37).
Nada no cristianismo é feito em benefício próprio, para garantir seus prazeres e sua satisfação. Quem pensa apenas em si, não é seguidor de Cristo.
Os frutos do espíritos, citados em Gálatas 5:22-23, nos ensinam a ser como Cristo. É com "amor, alegria paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio" que conhecemos e vivemos a essência da Palavra, que é Cristo Jesus, nosso Deus e Salvador.
É a partir desta conduta e com este comportamento que nos santificamos. Ler a Palavra, orar e jejuar também colabora - e demais - para isso.
Não se esqueça: Jesus é o caminho, a verdade e a vida!
Está escrito!
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