Qual foi a última vez que você lavou as mãos?

 


Lavar as mãos é um ato de higiene e prevenção de doenças, muito antes de qualquer espécie ou indício de pandemia.

Na época em que Jesus veio ao mundo e apresentou a Palavra de Deus em seus três anos de ministério, o povo judeu considerava o lavar as mãos e os pés como um sinal de limpeza, boa educação.

A preocupação, à época, era tanta, que os homens mais abastados, com grandes posses e muito dinheiro, tinham escravos que ficavam responsáveis  somente para esta finalidade: a de lavar os pés de seus senhores, quando estes chegavam em suas casas, para o descanso de um dia de trabalho.

Este ritual também era feito antes de reuniões importantes, com a participação de autoridades políticas, do Reino. Cada senhor tinha o seu lava-pés particular. Era uma garantia de status.

O nosso Senhor, Jesus Cristo, por sua vez, não se preocupava e nem se valia de tal "status" e "refinamento". Ele foi e é até os dias de hoje humilde e manso de coração; servo bom e fiel e, por isso, o Rei dos Reis, Senhor dos Senhores!

Certa vez, os fariseus questionaram Jesus sobre a razão de seus apóstolos não lavarem as mãos antes de comer.

"Então os fariseus e os mestres da lei perguntaram a Jesus: 'Por que os seus discípulos não vivem de acordo com a tradição dos líderes religiosos, em vez de comerem o alimento com as mãos impuras?' Ele respondeu: 'Bem profetizou Isaías acerca de vocês, hipócritas; como está escrito: 'Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens’. Vocês negligenciam os mandamentos de Deus e se apegam às tradições dos homens" (Marcos 7:5‭-‬8).

O apego às tradições, o se preocupar apenas com as regras impostas pelos homens nos tornam religiosos, impuros em relação a Deus, que nos ensina e mostra que a qualidade de vida é obtida a partir de um coração quebrantado, obediente e temente a Ele; disposto a amar e servir o seu próximo, sem querer algo em troca ou olhar a quem.

Pilatos é outro bom exemplo de hipocrisia no quesito lavar as mãos.

Veja o que está escrito em Mateus 27:19‭-‬26 - "Estando Pilatos sentado no tribunal, sua mulher lhe enviou esta mensagem: 'Não se envolva com este inocente, porque hoje, em sonho, sofri muito por causa dele'. Mas os chefes dos sacerdotes e os líderes religiosos convenceram a multidão a que pedisse Barrabás e mandasse executar Jesus". 

"Então perguntou o governador: 'Qual dos dois vocês querem que eu solte?' Responderam eles: 'Barrabás!' Perguntou Pilatos: 'Que farei então com Jesus, chamado Cristo?' Todos responderam: 'Crucifica-o!' 'Por quê? Que crime ele cometeu?', perguntou Pilatos. Mas eles gritavam ainda mais: 'Crucifica-o!'"

"Quando Pilatos percebeu que não estava obtendo nenhum resultado, mas, ao contrário, estava se iniciando um tumulto, mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão e disse: 'Estou inocente do sangue deste homem; a responsabilidade é de vocês'. Todo o povo respondeu: 'Que o sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos!' Então Pilatos soltou-lhes Barrabás, mandou açoitar Jesus e o entregou para ser crucificado".

Quem lê os primeiros questionamentos feitos pelo governador, chega até a pensar que ele está preocupado com Jesus, com a condenação de um inocente. Porém, é como termina que se conta a história. E isso não é algo que é válido apenas para este caso e assunto. Quando você assiste a uma partida de futebol, por exemplo, pode haver um lance ou outro que cause polêmica, um gol que seja muito bonito, mas o centro das atenções ficam para o placar final, o como acabou o jogo!

De volta ao tema: o ponto final de Pilatos nesse episódio foi deprimente. Ao lavar as mãos, ele tratou de deixar claro que não tinha culpa alguma pelo sangue de Jesus derramado na cruz.

Jesus, em meio à ignorância de muitos e à falta de postura de outros, morreu, ressuscitou e nos ofertou a salvação por intermédio da graça, o favor imerecido que muito precisamos e nada fazemos para merecer.

O ponto final dos nossos dias está nas nossas mãos, assim como um dia esteve nas mãos de Pilatos, que preferiu se eximir de culpa.

Cristo teve a chance dEle também!

Ele podia ter pedido ao Pai que enviasse 12 legiões de anjos, que o impedisse de ser preso e crucificado, como está escrito em Mateus 26:53, porém, no Getsêmani, enquanto orava e suava sangue, Ele clamava: "Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua" (Lucas 22:42).

Notou?

O cálice, para quem não sabe, é a ira de Deus! Jesus não suporta viver longe do Pai e ter de lidar com a ira dEle.

Sabe o que Jesus fez?

Ele se sujeitou a tudo, a todo tipo de humilhação, indiferença, desprezo, e por amor a nós!

O seu final está nas suas mãos, lavadas ou não: Pilatos ou Jesus?

Você decide!

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