"Depois que partiram, um anjo do Senhor apareceu a José em sonho e lhe disse: 'Levante-se, tome o menino e sua mãe, e fuja para o Egito. Fique lá até que eu diga a você, pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo'. Então ele se levantou, tomou o menino e sua mãe durante a noite e partiu para o Egito, onde ficou até a morte de Herodes. E assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta: 'Do Egito chamei o meu filho'" (Mateus 2:13-15).
O Egito, para o povo judeu, é um local de péssimas e dolorosas lembranças, devido aos 430 anos de escravidão e tortura que viveram lá. Esta era uma nação idólatra, que cultuava muitos deuses, dentre os quais o Faraó, que governava com mão forte e um indiscutível autoritarismo.
É curioso pensar que, muitos anos depois desse período, José e Maria foram se refugiar justamente no Egito, para proteger Jesus, ainda bebê, das mãos de Herodes, que havia mandado matar todas as crianças com até dois anos de idade, com medo de perder o poder para um futuro rei.
Um dos maiores motivos da descrença do povo judeu em Jesus como o Messias, é que ele acredita que o Salvador virá como um poderoso líder político e militar, que enfrentaria os poderosos da época, ao ponto de tirar eles do poder e governar com suprema autoridade. Em partes, essa ideia não é toda errada, uma vez que, após a ressurreição, foi dada toda autoridade a Jesus, o nome que está acima de todo nome, ainda que, neste mundo em que vivemos, o Maligno prospera.
O fato em si é que, para vencer, em muitas das vezes, temos de deixar uma aparente situação de conforto, onde temos tudo e contamos com todas as pessoas que precisamos ao nosso redor, para lidar com algo que nos causa uma certa novidade, mesmo depois de já ser superado!
Não há como apagar da memória do povo judeu todas as mazelas enfrentadas no Egito, nos tempos de escravidão. Entretanto, podemos dizer que o nosso Salvador esteve por lá. Não há registros do que Jesus fez naquela região, se houve algum milagre ou não, mas o simples fato dEle estar naquelas terras, ainda que por pouco tempo, nos dá uma esperança, uma sensação de e coisa boa.
Jesus é a luz do mundo. A mesma luz que clareou o Egito, iluminou a pequena Nazaré, na Galiléia, quando no retorno a Israel, e trouxe vida às Nações, por intermédio do Evangelho que é proclamado até os nossos dias, sem previsão para encerrar.
No Egito, Jesus foi estrangeiro, ficou refugiado. Nada faltou a ele ou a José e Maria, que o acompanhava. Os recursos que os mantiveram lá até a morte de Herodes foram os presentes dados pelos três reis magos, assim que Jesus nasceu em Belém, em meio à uma manjedoura: ouro, incenso e mirra.
O Egito, por assim dizer, foi parte de um importante processo a ser realizado e concretizado, para Jesus se tornar, como homem, o que Ele sempre foi, muito antes de qualquer criação: o Deus vivo, que restaura e dá vida a lugares que eram sombrios e de péssima lembrança; e que representam o iniciar de uma longa e vitoriosa jornada junto ao Pai.
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