"Então o velho profeta perguntou: — Por onde ele foi embora? E eles lhe mostraram a estrada. Ele pediu que os filhos pusessem a sela no seu jumento, e eles puseram. Então o profeta montou e foi atrás do profeta de Judá. Ele o encontrou sentado debaixo de uma árvore sagrada e perguntou: — Você é o profeta de Judá? — Sou, sim! — respondeu o homem. — Venha até a minha casa e coma alguma coisa comigo — convidou ele. Mas o profeta de Judá respondeu: — Eu não posso ir até a sua casa, nem ficar hospedado lá. E também não vou comer, nem beber nada aqui com você porque o Senhor Deus mandou que eu não comesse, nem bebesse nada e que não voltasse para casa pelo mesmo caminho por onde vim. Então o velho profeta disse: — Eu também sou profeta como você, e o Senhor Deus mandou que um anjo me dissesse que levasse você até a minha casa e lhe oferecesse a minha hospitalidade. Mas ele estava mentindo.
Então o profeta de Judá foi com o velho profeta para a sua casa e comeu uma refeição com ele. Enquanto estavam sentados à mesa, a palavra do Senhor veio ao velho profeta, e ele gritou para o profeta de Judá: — O Senhor Deus diz que você desobedeceu e não fez o que ele mandou. Em vez disso, voltou e comeu uma refeição num lugar onde ele havia mandado que você não comesse. Por causa disso, você será morto, e o seu corpo não será sepultado no túmulo da sua família" (1Reis 13:12-22).
Os capítulos 12 e 13 de 1Reis fazem um importante alerta ao seguidor de Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador: não devemos, nunca, confiar nos nossos impulsos, nas nossas certezas absolutas para resolver as coisas que são realmente importantes, assim como também não podemos desprezar o que o Senhor nos diz, para seguir a orientação de outro imperfeito e pecador como eu e você.
Na passagem em destaque neste texto, o profeta de Judá foi orientado por Deus a voltar por um caminho diferente do que ele tinha feito para Betel, onde falou com Jeroboão, sem parar para comer ou beber nada. Já no caminho de volta, o profeta foi convidado por um "colega", que, segundo a própria Palavra do Senhor, mentiu sobre uma suposta permissão dada pelo Todo Poderoso para que o homem de Deus fosse à casa dele para uma refeição.
As Escrituras não revelam abertamente sobre o profeta que realizou o convite, nem argumentou sobre suas reais intenções, o que planejava ou pretendia fazer com o uso da mentira. O fato em si, é que o profeta de Judá preferiu seguir as orientações de um desconhecido, ao invés da que foi passada pelo Senhor, que o acompanhava e protegia de todo mal.
Deus fala conosco a todo instante e de diversas formas. É verdade que Ele nos revela coisas e nos orienta pela Palavra dEle na maioria das vezes. Entretanto, Ele é Deus e pode usar de diferentes meios para nos alertar, ensinar e dizer o que fazer. Basta, para isso, que estejamos inclinados, dispostos a ouvir e a cumprir o que Ele ordenar.
O fato é que, em muitos dos casos, agimos como o profeta de Judá, que prefere dar confiança a um total estranho e rejeitar aquele que o gerou e lhe deu a vida. Ou então pior! O que dizer de Roboão, filho de Salomão e neto do Rei Davi?
Salomão pecou contra o Senhor ao se casar com 700 princesas e 300 concubinas de terras idólatras. O homem mais sábio de todos os tempos chegou ao ponto de construir altares de adoração aos deuses de suas mulheres, para agradá-las.
Para que a aliança com Davi não fosse rompida, dada a desobediência de Salomão, o Senhor fez com que Roboão ficasse responsável apenas pelo Reino de Judá, cuja capital foi Jerusalém, e pelas terras de Benjamin. As outras 10 tribos ficaram sob o controle de Jeroboão, que governou Israel e tinha a Samaria como capital.
Foi a partir deste momento que a terra santa passou a ser dividida em dois reinos: o de Judá, protegido pela destra poderosa do Senhor, por fidelidade a Davi, seu servo; e o de Israel, que, em grande parte das vezes, possuía líderes idólatras, que desobedeciam ao Senhor e entrava em batalha com Judá. Muitas das diferenças entre judeus e samaritanos surgiram exatamente nesse período.
Apresentado o contexto histórico, vamos ao que motivou o rompimento das tribos de Israel.
Depois da morte de Salomão, os representantes das tribos de Israel foram ao encontro de Roboão para negociar. Eles reclamaram que o pai do novo rei agiu com dureza com eles e, por isso, caso ele aceitasse diminuir a carga e facilitasse um pouco a vida deles, todos continuariam com ele.
Roboão pediu três dias para dar a resposta. Ele, então, se reuniu com os homens mais velhos, que haviam aconselhado Salomão, que os incentivou a aceitar a proposta.
Não satisfeito, Roboão foi falar com os mais jovens, que haviam crescido com ele e, agora, eram seus conselheiros. O resultado? Recomendaram que negasse o proposto e tornasse a vida deles ainda mais difícil. E foi exatamente isso que Roboão fez. Ele preferiu desprezar o conselho dado por quem já era experiente e participou de um modelo de governo que deu certo, a ouvir outros tantos inexperientes, que em nada ajudaram e causou uma divisão que ainda hoje é percebida.
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