"O que eu digo é verdade. Sou de Cristo e não minto; pois a minha consciência, que é controlada pelo Espírito Santo, também me afirma que não estou mentindo. Sinto uma grande tristeza e uma dor sem fim no coração por causa do meu povo, que é minha raça e meu sangue. Para o bem desse povo, eu mesmo poderia desejar receber a maldição de Deus e ficar separado de Cristo. Eles são o povo escolhido por Deus; ele os tornou seus filhos e repartiu a sua glória com eles. Deus fez suas alianças com eles e lhes deu a lei, a verdadeira maneira de adorar e as promessas. Eles são descendentes dos patriarcas; e, como ser humano, Cristo pertence à raça deles. Que Cristo, que é o Deus que governa todos, seja louvado para sempre! Amém! Eu não estou dizendo que a promessa de Deus tenha falhado".
"De fato, nem todos os israelitas fazem parte do povo de Deus. Nem todos os descendentes de Abraão são filhos de Deus. Pois Deus disse a Abraão: “Por meio de Isaque é que você terá os descendentes que eu lhe prometi.” Isso quer dizer que os que são considerados como os verdadeiros descendentes de Abraão são aqueles que nasceram como resultado da promessa de Deus, e não os que nasceram de modo natural. Pois, quando fez a promessa, Deus disse a Abraão o seguinte: “No tempo certo eu voltarei, e Sara, sua mulher, terá um filho.” E mais ainda: os dois filhos de Rebeca tinham o mesmo pai, o nosso antepassado Isaque".
"Mas, para que a escolha de um deles fosse completamente de acordo com o plano de Deus, o próprio Deus disse a Rebeca: “O mais velho será dominado pelo mais moço.” Disse isso antes de eles nascerem e antes de fazerem qualquer coisa, boa ou má. Assim ficou confirmado que é de acordo com o seu plano que Deus escolhe aqueles que ele quer chamar, sem levar em conta o que eles tenham feito. Como dizem as Escrituras Sagradas: “Eu escolhi Jacó, mas rejeitei Esaú" (Romanos 9:1-13).
Logo nas primeiras linhas dos versículos em destaque, notamos elementos básicos que caracterizam a caminhada de um cristão que almeja a santificação. Identificamos, por exemplo, a presença da verdade, quando é dito "não minto"; assim como o esvaziar do nosso "eu", para dar lugar ao Espírito, quando é mencionada a consciência que é controlada pelo Espírito.
Ainda nessa perspectiva, o Apóstolo Paulo argumenta sobre uma grande tristeza, um sentimento, uma dor no coração pelo povo dele. Isto já nos leva ao pensamento do amor ao próximo, do ter compaixão e misericórdia. Ele chega só ponto de se colocar disponível a viver a maldição pelo povo, que, literalmente, é o se colocar na brecha, interceder pelo seu próximo.
Na parte central deste trecho, Paulo esclarece sobre a aliança que Deus firmou com Abraão, de modo a fazer com que ele seja considerado como o Pai de muitas nações, por intermédio da descendência de Isaque, seu filho, que está inserido na Promessa, assim como Jacó, que originou as 12 tribos de Israel.
Tudo isto foi muito bem definido e orquestrado pelo próprio Deus. Como bem sabemos e está escrito, nada foge ao controle dEle.
Ao darmos continuidade à leitura do capítulo 9 de Romanos, encontraremos no versículo 15 os seguintes dizeres: "Pois ele disse a Moisés: 'Terei misericórdia de quem eu quiser; terei pena de quem eu desejar'".
A comprovação está em Êxodo 33:19, quando o Senhor respondeu ao pedido de Moisés, que desejava ver como Ele é "Deus respondeu: — Eu farei com que todo o meu brilho passe diante de você e direi qual é o meu nome sagrado. Eu sou o Senhor e terei compaixão de quem eu quiser e terei misericórdia de quem eu desejar".
Esta questão nos faz compreender o motivo do Senhor escolher Isaque, ao invés de Ismael; Jacó, ao invés de Esaú e lá atrás, nos primórdios da humanidade, a oferta de Abel e não a de Caim.
A decisão inicial e final é sempre dEle!
Dito isto, e para finalizar este texto, quero convocar o nobre e amado leitor ao seguinte raciocínio: se o Senhor tem o total controle das coisas, tem o poder, seja no início ou no final, para optar por quem ter misericórdia, e te incluiu como parte fundamental do plano perfeito dEle, você vai duvidar do amor dEle, de que Ele se importa com você e o deseja por perto?
Não se deixe cair no engano, não se distraia com falsas promessas, riquezas oferecidas pelo mundo. Não busque um sucesso, um status, a custas da destruição, diminuição do seu próximo. Enquanto no mundo há uma guerra de vaidades pelo poder, no Reino dos céus você é importante, indispensável e não ocupa o lugar de ninguém. O seu lugar é seu. Deus determinou assim!
E se Ele determinou, ninguém pode ou é capaz de o contrariar!
O controle é dEle!
E se é pra ter misericórdia, Ele define de quem terá!
Ele é Deus!
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